segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Quando as Mulheres Esperam (Kvinnors Väntan)



Meu primeiro filme de Ingmar Bergman. Descobri isso quando cheguei em casa com um filme que havia achado interessante e minha mãe comentou algo como: "quem te falou desse diretor?"

Bom, francamente, não conhecia. Estava procurando um filme para alugar, vi a capa, li a sinopse e achei muito bom! E aluguei!

Ah, importante ressaltar que nesse dia vi a Denise Stoklos alugando filmes!! *-*


O filme é sueco, de 1952. A história se passa em uma casa em que as mulheres estão reunidas esperando que seus maridos voltem de seus trabalhos. Enquanto esperam, trocam confidâncias que mostram que seus relacionamentos são falidos.

Gostei muito do filme, e me admirei em como ele ainda é MUITO atual. Mulheres esperam. E esperam. Ainda somos como elas: esperamos que algum dia nosso homem ideal chegue ou que o nosso homem vire o homem ideal.
Sim, agora trabalhamos, temos mais independência, podemos com muito mais facilidade dar o pé na bunda de um marido como o delas, mas os relacionamentos não continuam iguais??? Dá-se o pé na bunda, ou você fica solteira ou entra em um relacionamento com as mesmas características.
Mulheres, vocês sabem do que estou falando...

E me pergunto, os relacionamentos são para serem assim?

Freud (ou o meu professor de pscicanálise) diria que o amor nada mais é do que esperar que a pessoa alcance as suas expectativas. Expectativas essas que são impossíveis de se alcançar (que bom! Se não acabariam os relacionamentos...).

No final do filme, minha mãe perguntou: "Mas por que ela está feliz??"
"Ela" foi uma das personagens que compartilhou um caso de fracasso amoroso. Teve um filho fora do casamento, com um homem que ela amava e a abandonou, e agora estava casada com um homem bem mais velho. Da varanda, com seu marido, ela avista a sua irmã mais nova fugindo com o namorado, para tentar evirtar ter o mesmo fim que todas as mulheres casadas daquela casa. Seu marido, então, diz para não se preocupar, que ela voltará quando perceber sua imprudência. Então, quando achamos que ela fará a sua confissão de infelicidade, ela o abraça e diz que está muito feliz.

Sim, sinceramente, ela estava feliz!

Minha resposta à minha mãe foi: "Acho que foi porque ela se conformou".

E é a melhor resposta que eu posso dar...







segunda-feira, 27 de junho de 2011

Meia Noite em Paris

Antiontem (ou há mais tempo) assisti ao novíssimo filme do Woody Allen, "Meia Noite em Paris". Amei o filme! O filme conta a história de um escritor, melhor dizendo, de um roteirista de Hollywood, casado. Ele ama Paris, ela quer voltar aos EUA, pois lá ele ganha bem. Está escrevendo um romance sobre um homem que é dono de uma loja de antiguidades e vive no passado, está escrevendo sobre ele. Ou melhor dizendo, Woody Allen fez um filme sobre ele que escreve sobre ele.

O personagem principal, Gil, quer viver no passado, nos anos vinte de Paris. Durante o filme, consegue, digamos, reviver esse sonho enquanto está em Paris. E não conto mais nada para não estragar a surpresa...


É incrível o quanto de Allen tem em seus filmes... Os mesmos conflitos internos de política, por ser de esquerda, de relacionamentos, sempre questiona-os, da vida, hoje. Comparando-o com "Tudo pode dar Certo", e se você não viu "Meia Noite em Paris" não vai querer ler isso, ele novamente termina o seu relacionamento, pois, no final da história, o personagem se transformou, e percebeu que não tinha mais tanto haver com a sua noiva, assim como aconteceu no seu filme lançado no ano passado. Allen está procurando algo que lhe dê sentido, como todos nós.

O interessante nesse filme é que, no final, o personagem descobre que o que o levava a querer viver no passado, é o que levou a todas as gerações anteriores a também quererem viver no passado. Descobre, portanto, que o passado que ele amava só lhe era tão desejado por ser o passado! Então aceita o presente.

Relacionando isso com Freud (virei uma boa aluna de psicanálise), Allen, ou Gil, percebeu que o "falo" não está no passado, e que nunca vamos encontrá-lo mesmo, não importa a época em que você esteja, por mais que hoje tudo pareça uma m...da! :D


Ah, e, claro! Vale muito assistir pelo ótimo humor de Woody Allen!