domingo, 9 de maio de 2010

Alice no País das Maravilhas, da Walt Disney



Gostaria de pontuar que, primeiramente, gostei do filme. Não acho que ele seja pura ação, como houvi de alguns colegas, é carregado de símbolos, provavelmente como o livro original da Alice. Ah, é bom lembrar que é uma mistura entre "Alice no País das Maravilhas" e "Alice no Espelho" amigos meus que leram me disseram. Enfim.

Para mim, o filme já traz uma interpretação pronta: que o drama que Alice vive está representado no País das Maravilhas: a Rainha de Copas é sua sogra, o chapeleiro, pela dança estranha e pelo cabelo ruivo, seu noivo, e a batalha entre os dois reinos uma batalha interna em Alice para decidir o seu futuro, na verdade ainda mais: decidir quem ela é. O dragão, nessa lógica, o desafio de fazer essa escolha. O diretor deixou pistas claras para tirarmos essas conclusões, se foi intencional.

No fim (se você não assistiu, não leia), Alice opta por se tornar, quem sabe, burguesa, já que não se casa com o conde e trabalhará na empresa criada pelo pai, expandindo os seus negócios. Foi uma escolha de classe? Ela preferiu a burguesia à aristocracia? Eu acredito que sim, dado que a história se passa no séc. XIX. Posso estar redondamente enganada, mas essa história me parece "enquadrada" no seu momento histórico, do romantismo. É um sujeito, herói, e burguês. De acordo com a minha interpretação do que o diretor quis passar, o "sonho" foi um conflito interno passado dentro de Alice para ela fazer uma escolha, no fundo, uma escolha de classe. E o romantismo foi um movimento extremamente internalizante. A burguesia estava crescendo...

Outra frase que me chamou muito a atenção foi uma da reflexão da rainha de copas: "é melhor ser amada ou temida?", pensando sobre como agiria com seu poder. Me lembrei de Maquiavel, mas não sabia se a frase era dele. Olhei no Google e lembrei certo! Frase de Maquiavel (séc. XVI). Será que esta frase está no livro? Quero imensamente lê-lo. No final, a rainha decide que é melhor ser temida, percebendo que as pessoas que a cercavam estavam com ela apenas por interesse, eram falsas.

Taí outra coisa mencionável: os seguidores da rainha de copas. Tinham partes do corpo gigantes, salientes, cada um com uma diferente. Entretanto, eram falsas. Minha leitura foi que a aristocracia fingia ter habilidades (tocar, cantar, ler, etc) para ter um status, e, no fundo, tudo era uma grande mentira. Ah, claro, a cabeça gigante da rainha de copas é mencionável. Mas, além de, quem sabe, inteligência, não consigo pensar numa razão especial para ela. Sede pelo poder, talvez. Uma cabeça maquiavélica (piadinha).

Há vários outros aspectos que, agora, não parecem tão importantes. Guardarei-os na memória enquanto esta permitir.